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sábado, 20 de fevereiro de 2010

"O virtual tem gosto de isopor"


Primeiramente essa frase não é minha, a li no twitter de uma amiga e achei bem apropriada para o post de hoje (depois de muito penar para encontrar um significado para ela). Mas... alguém já provou isopor? Provavelmente não tenha gosto de nada... E o que isso tem a ver com o título? Outro dia li uma reportagem falando que os jogos do Facebook são os mais famosos da rede social (apesar de ainda achar o irritante Colheita Feliz do Orkut um concorrente a altura). Comparavam a jogos online como Travian em relação a número de seguidores. Pois bem após ler a seguinte matéria, uma pergunta me veio a cabeça: por que esses jogos são tão populares? Sem perceber, encontrei a resposta na minha cara: é obvio, eles não tem fim!! O que o fato de eles não terem fim se relaciona a alta popularidade deles? Analisando bem o assunto percebi uma coisa: nem todos jogos online não tem fim, assim como alguns jogos offline não tem fim (alguém já encontrou o fim de Tetris e Columns? E do Enduro?). Um jogo quanto tem começo, meio e fim, prende a atenção do usuário por um determinado espaço de tempo. Quando acaba o jogo, o usuário deixa de lado e vai procurar outra coisa para prender sua atenção. Já um jogo que só tem começo prende o usuário a ele pelo fato que as missões/fases não acabam, fazendo que se jogue mais e mais. Esse foi o pulo de gato desses jogos. Peguemos o caso de Travian (não posso citar nomes dos jogos do Facebook porque não tenho conta lá e nem pretendo ter. Poderia também ter citado Tribal Wars, porque já tive contato visual com ele e é o mesmo estilo de Travian). Você cria uma aldeia e faz de tudo para prosperá-la, mesmo que isso signifique invadir aldeias alheias. A pessoa também pode se aliar a outras para conseguirem o objetivo mais fácil (é aquela máxima: duas cabeças pensam melhor que uma!). Ai podemos pensar: o fim do jogo é quando acabam-se as aldeias livres. Pensamento até correto, mas se levarmos em consideração que o jogo possui mais de 2 milhões de usuários, vai levar um tanto de tempo para conseguir tal objetivo e isso só se realizaria se congelasse a entrada de usuários, o que é impossível. Citei Travian, mas poderia ter citado o Colheita Feliz, que ao invés de aldeias, são fazendas. Até agora entendemos a mecânica do jogo e como ele atrai seus usuários, iremos agora analisar como afeta os usuários em suas rotinas normais. Como eu havia dito, nesses jogos o usuário tem a atenção presa por um espaço de tempo próprio. Como as missões não acabam, a ânsia de conseguir mais e mais objetivos completos prende o usuário por longo espaço de tempo, tornando assim um vício que muitas vezes se torna incontrolável. Os usuários acabam tão ligados ao jogo que o mundo real e sua vida social acabam esquecidos. Quando o jogo sai do ar para alguma manutenção e o usuário se vê obrigado a ficar sem esse seu "mundinho perfeito", muitos deles entram em pânico. Já vi conhecidos meus em pânico porque Colheita Feliz ficou uns dias fora do ar. Pra mim isso é um absurdo, mas notamos ai o quanto viciado o usuário está no jogo. O Colheita Feliz é um exemplo que envolve dinheiro real para conseguir dinheiro virtual. Certas funções você só habilita com um número determinado de moedas verdes, dinheiro do jogo. Só que para conseguir tais moedas tem que se comprar com dinheiro real. Muitos usuários investem nesse jogo comprando tais moedas verdes para que possa melhorar sua fazenda e adquirir outras coisas. Fato lamentável gastar dinheiro comprando moedinhas do jogo do que investir em algo útil. Muitos pais acham que os filhos estão seguros em casa jogando online e que estão expandindo seu universo de amigos. Mais ai é que mora o perigo: a pessoa do outro lado da tela pode não ser realmente quem ela diz que é. Podemos observar que o mundo virtual não é tão seguro assim. Será que todos os amigos virtuais que você arruma em jogos são realmente quem são? Eis aí uma dúvida que não cala...
Particulamente, nenhum desses jogos (Colheita Feliz ou Travian ou aqueles do Facebook) me atrai. Não sei porque, mas não sou afetada pela "mágica" desses jogos. Acho que na internet há coisas melhores para se fazer do que jogar e me viciar em algo que não vai me trazer benefício algum.

Concluíndo essa linha de raciocínio, se a internet não possuísse esses jogos e outras coisas, só possuísse algo útil, muitos achariam ela sem graça e o número de usuários não seria tão grande. Portanto voltemos ao título do post: o virtual tem gosto de isopor!


Indico uma matéria referente a esse post: http://pmoraes.wordpress.com/2009/10/29/jogos/