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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Texto: Confissões de uma galliard

Conto baseado no RPG Lobisomem: O Apocalipse.


Querido diário,

Quem diria que eu voltaria a escrever em você, meu antigo confidente. Logo eu que aprendi a declamar as glórias e os feitos dos meus irmãos garous nas assembleias. Eu que aprendi a usar a minha voz para embalar os mais refinados ouvidos com meus contos ou com a melodia da minha flauta. Agora estou aqui escondendo um segredo entre essas linhas, um segredo que em breve será visível a todos.

Poesias, canções, amor. Um galliard aprecia tudo isso e muito mais e talvez seja o augúrio que mais se emotiva e encare os sentimentos com mais fervorosidade. Sei disso porque também nasci sobre a lua gibosa e também fui arrebatada por sentimentos fortes. Não agi por mim, deixei o coração me guiar e por fim cometi algo errado. Estou tentando esconder o meu erro, não sei até quando...

Amor. Foi esse sentimento que me arrebatou. Arrebatou um coração jovem e inocente: o meu coração. E eu fui de corpo e alma, me entreguei, amei e agora estou desabafando aqui. Espero que guarde esse segredo aqui nessas linhas.

Assim que passei pelo ritual passagem, fui integrada a um matilha composta por homens. Eu, uma Fúria Negra, convivendo ao lado de um Fianna, de um Senhor das Sombras, de um Cria de Fenris e de um Andarilho do Asfalto. Confesso que no meio de tantos homens, achei que ia pirar. Mas o destino me pregou uma peça e ao invés de irritar-me com a presença deles, acabei me apaixonando por um.

Não, eu não lutei contra essa paixão e nem ele também lutou. Mesmo sabendo que era contra a litania, nos entregamos. De corpo, alma e coração. Foram meses felizes, tendo seu cheiro e seu sabor sempre presentes. Meus companheiros me alertaram, mas ignorei. Queria viver cada momento ao lado dele, sem me preocupar com nada. Esse foi o meu erro. 
 
Com lágrimas nos olhos, eu olho para meu próprio corpo que muda a cada instante. O que ainda consigo esconder, em breve será impossível. O que carrego comigo, o que seria uma benção para muitos, é um pecado para meus irmãos. Não sei o que fazer. Socorro! 
 
Por isso escolhi escrever aqui, desabafar por entre palavras o que estou sentindo. Tenho que tomar uma providência rápido, mas minha cabeça está girando. Preciso de ajuda, mas para quem devo contar? Para ele? Seria o certo... 
 
Enquanto não decido o que fazer, deixo minhas lágrimas correrem e tento abafar meus soluços, escondendo para mim o que carrego em meu ventre: um pequeno impuro.

Abnara Campbell


2 comentários:

  1. É a Litania partindo corações desde sempre! =)

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  2. nossa, mas que triste... é a litania está sempre a partir corações! Pobre Abnara! Gostaria de ver mais relatos dela em seu diário! Adorei! *-*

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