Fanfic livremente baseada no universo de Forgotten Realms, portanto não deverá seguir fielmente alguns detalhes.
Sua Despensa, Minha Despensa. E a empregada também!
Waterdeep é uma cidade grande e
subdividida em áreas, umas nobres e outras nem tanto. E neste local está
situado o maior templo de Sune, o que explicava a escolha de Tara em vir para a
cidade. E também havia a residência de seus tios, uma opção para ela caso
houvesse a necessidade de estender sua estadia.
A paladina se dirigiu ao templo
tão logo chegou à cidade, antes mesmo de ir visitar seus tios. O mago foi
tentar uma audiência com lorde Kelben e a barda foi até uma taverna local para
conseguir alguma informação que lhe interessasse. Mas Krauser não tinha um
destino certo, afinal não era seu objetivo vir a Waterdeep.
O mestiço caminhava pela cidade
até esbarrar com um dos marinheiros da embarcação que o tinha trazido até o
local. Vendo que o bárbaro estava sem rumo, o marujo o levou para o templo de
Sharess e disse que ele iria relaxar lá. Krauser achou a ideia interessante e o
acompanhou. E não se arrependeu do convite.
Tara quando saiu do templo, com
sua devida penitência já definida, foi abordada por um mensageiro do conselho
local e este lhe trazia uma mensagem em que os lordes locais a convocavam e
também seu grupo para comparecer no dia seguinte para uma reunião. A jovem ouviu
com atenção e confirmou a presença dela e dos outros no horário determinado.
Assim que o mensageiro se
afastou, a paladina pensou em como avisar aos outros. Ela tinha certeza de que
a barda e o mago estariam na hospedaria próxima à casa de seus tios, pois era a
melhor do local. Mas e Krauser? Tara não tinha a menor ideia de onde ele havia
se metido.
Enquanto caminhava em direção à
casa de seus tios, a jovem esbarrou com um dos marinheiros que faziam parte da tripulação
do navio que a trouxe. Ele vinha de onde estava situado o templo de Sharess. Curiosa,
Tara perguntou se ele havia visto Krauser e sem tibutear, o rapaz respondeu que
ele estava no templo “relaxando”. A paladina sentiu as bochechas corarem, mas
caminhou assim mesmo até lá.
Ao entrar no templo, Tara foi
recebida por uma sacerdotisa bem sorridente e solicita. Quando a paladina
perguntou pra a outra jovem se Krauser estava por ali, ouviu um suspiro que
confirmou o que queria saber. Ela pediu para que avisasse a ele que estava
esperando na casa dos tios e que assim que estivesse livre passasse por lá.
Krauser estava se sentindo nas
nuvens com todo o tratamento recebido pelas sacerdotisas. Eram mimos e mais
mimos, massagens e outras coisas que faziam o meio-dragão se deliciar e não
querer sair dali. As sacerdotisas estavam encantadas com a virilidade do rapaz
e ele se gabava por isso.
Algumas horas se passaram até que
uma sacerdotisa veio dar o recado de Tara para Krauser. Ele resmungou um pouco,
perguntou para alguma jovem do templo se sabia como chegar ao local indicado no
recado e foi. Ao chegar ao casarão, ao invés de tocar a sineta que estava no
portão, ele prefere gritar o nome da paladina o mais alto possível.
De dentro do casarão, o nome da
Tara era ouvido por todos. Alguns criados correram para o portão, incluindo a
jovem que havia reconhecido a voz do bárbaro. Quando chegou ao portão, a
paladina abriu o portão e deparou-se com Krauser ali parado. Os criados se
assustaram e recuaram com medo, mas ela o convidou para entrar e o encaminhou
para os jardins internos. No local havia uma mesa e cadeiras ao redor. O chá da
tarde havia sido servido e os tios da Tara estavam lá e os mesmos olhavam
incrédulos para a sobrinha que vinha acompanhada de alguém que para eles mais
parecia um monstro.
Para Krauser toda aquela pompa
era algo completamente novo, não pertencia ao seu mundo. Os criados se
afastavam quando ele passava e ele seguia a Tara sem fazer pergunta alguma. Ao
chegar ao jardim, o rapaz logo avistou a mesa farta e se aproximou rapidamente,
pegando sem cuidado algum as frutas que estavam na mesa.
Os tios de Tara estavam
assustados e a jovem olhava incrédula a falta de educação do seu convidado. Além
de comer rapidamente, o bárbaro não usava talheres e após alguns minutos
comendo emitiu um barulho estrondoso, um arroto alto que fez a paladina virar o
rosto.
- Quero mais! – o rapaz pediu.
Tara ordenou que os criados trouxessem
mais comida e enquanto espera se senta na cadeira ao lado de Krauser na
tentativa de conversar com ele. Em vão, pois logo chegou a comida e a mesma era
servida por uma criada mais atrevida que trocava olhares nada furtivos com o
rapaz, o mesmo retribuía com apertos nada discretos da empregada causando
olhares de reprovação da paladina. Foi a gota d’água para que os donos da casa
chamassem a sobrinha para um canto para conversarem.
- Ele não vai ficar aqui ou vai? –
questionou a tia.
- Creio que sim tia. – Tara respondeu.
- Ele vai acabar com nossa
despensa! – alertou o tio.
- É... – a sobrinha olha para o
convidado que ainda devorava a terceira leva de alimentos trazidos para ele.
Os tios de Tara se retiram para
seus aposentos e a jovem envia um mensageiro para a hospedaria próxima da
mansão para dar um recado para o mago e para a barda. Ao retornar para perto de
Krauser viu que ele havia terminado com tudo que haviam lhe servido. Ela pediu
para que os criados preparassem um quarto para que o mestiço passasse a noite e
assim que o pedido foi atendido, Tara encaminhou Krauser ao local. Mas o rapaz
recusou e convidou a criada com quem trocara olhares anteriormente para acompanhá-lo.
A paladina respirou fundo e não interferiu, apenas retirou-se para seus
aposentos.
Talvez o maior erro de Tara fora ter
deixado Krauser ir para o quarto com a criada. Ninguém conseguiu dormir direito
durante a noite devido aos gemidos e urros que ecoaram pela mansão. A paladina
rolava em sua cama em orações a sua deusa procurando uma maneira de cair no
sono, mas com todo o “barulho” causado pelo casal parecia impossível.
Na manhã seguinte, os criados
realizavam os serviços domésticos bocejando, exceto a moça que ficou com o
bárbaro: ela nem havia aparecido para trabalhar. Tara estava com um péssimo
humor e com vontade de apertar o pescoço do meio-dragão. Mas teve que controlar
a vontade tão logo o próprio apareceu sorrindo para o café da manhã.
- Obrigada pela péssima noite. –
a paladina falou mal humorada.
- Ah, vocês ouviram? – Krauser perguntou
inocentemente enquanto colocava um pedaço de pão na boca.
- Sim, ouvimos muito bem. – e
teve que se controlar novamente quando ele exibiu um sorriso pra ela. – Assim que
terminar seu café, iremos conversar com o conselho dos lordes locais. Fomos
convocados.
- Eles não me interessam. Não
irei.
- Ah, vai sim. É uma desfeita
recusar a convocação deles.
- Desfeita? O que é desfeita?
Tara tentou explicar o que
significava desfeita para ele, mas desistiu porque nem ela mesma conseguia
entender bem o significado. Mesmo sem explicação adequada, os dois seguiram até
o local da convocação e lá encontraram o mago e a barda.
A reunião se resumiu a explicação
de uma missão de resgate de uma cidade nas mãos de pessoas maléficas. O grupo
concordou em ajudar, principalmente porque Tara já havia ajudado na
administração do local e conhecia bem a população.
Antes mesmo de terminar a
reunião, o alarme de Waterdeep soou. O grupo saiu correndo e se deparou com a
seguinte cena: pessoas correndo desesperadas e um dragão branco destruindo as
casas. Enquanto Tara orientava as pessoas para se afastarem seguramente, Krauser
e os outros foram combater o ataque dracônico a cidade.
Assim que as pessoas estavam em
segurança, Tara se juntou ao grupo para tentar conter o dragão. Mas a fera
estava furiosa e atacava o grupo sem piedade. O mago foi o primeiro a cair
morto, seguido de Tara e Krauser, este lutou bravamente. Restando apenas a
barda, o dragão muito ferido parecia que ia triunfar, mas ela não foi medrosa e
lançou uma bola de fogo no focinho dele. E este foi o fim dele.
A população de Waterdeep saudou
bravamente os heróis. Tara e Krauser receberam todos os cuidados na igreja de
Sune. A barda também teve os ferimentos tratados lá, mas o mago os sacerdotes não
conseguiram trazer de volta a vida porque o sumo sacerdote não estava presente.
Sune, de seu plano astral,
observou todos os fatos com atenção. Estava contente com tudo o que estava
acontecendo. Seu plano caminhava muito bem e Bahamut nem imaginava o quanto a
deusa do amor estava vencendo a aposta.